Bom Dia...

Bom dia à todos, já se encontram prontos... ou ainda aguardam?
Pra doar o sorriso vivo, o amor dos livros ou o abraço frágil
O guiar ao caminho umedecido da rua fria, do longo dia
Da harmonia que não se despede de sua mente adormecida
Bom dia, aqui dentro estamos todos unidos,
permanecendo aqui
Na recheada solidão acumulada de palavras, no silêncio facial,
Dos aplausos metralhados, em revoadas de
soldados ensaiados No vermelho do arco-íris na sufite, no grafite dissolvido e espalhado Bom tarde à todos,
já se encontram prontos... ou ainda aguardam?
O café saiu amargo, chegando quente o sufocando quando sorriu
Quando o bolo repartido nos partiu, nos cortando com a faca do silêncio
Desde aquela paisagem em preto e branco na parede, repintada ontem
Alegrando pelo novo e ignorado brilho ao sol, velho e frágil ao temporal
Sorridente garotada, criançada, meninada, quase
tudo em quase nada
Que alegra pelo brilho nos olhares à quem nunca os percebeu
Diferente menino calado, aparentemente bravo,
porém muito talentoso
Bom noite à todos, já se encontram prontos... ou ainda aguardam?
O velho dorme, ronca forte, talvez sonha um sonho nobre, um desejo
A esperança dança só, esperando o par que atrasa, esquece o beijo
Os cachorros latem, uivam, dormem, morrem na companhia triste
Do dono garoto, que chora sempre, que lembra quando garoto deles
Da amiga divertida, risada assistida pela vida, que faz a paz lutar
Que insiste em recordar, que insiste em querer cantar, o encanto
Dos que ainda estão presente, residentes em suas casas, alugadas
Esperando amanhã uma nova poesia, para quem sabe ainda viverem...

Bom dia...